Dicas para Poupar:

As Energias Renováveis:


Considera-se que uma fonte de energia é renovável quando
não é possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização.
É o caso do calor emitido pelo sol, das correntes do vento,
das marés ou dos cursos de água. As energias renováveis
são virtualmente inesgotáveis, mas limitadas em termos
da quantidade de energia que é possível extrair em cada
momento.
As principais vantagens decorrentes da sua utilização consistem
no facto de serem substancialmente menos poluentes do que
as restantes fontes de energia e poderem ser exploradas
localmente. A exploração local das energias renováveis
contribui para reduzir a necessidade de importação de energia,
atenuando a dependência energética relativamente aos países
produtores de petróleo, carvão e gás natural.



ENERGIA SOLAR

Além de ser uma fonte inesgotável, o Sol permite a obtenção
de energia após a instalação das unidades de captação
e armazenamento. Embora sejam necessários sistemas auxiliares,
que não utilizam energia renovável, o nível de poluição
é muito reduzido.
Para converter a energia do sol em calor utilizam-se painéis
solares térmicos. Estes são os sistemas mais conhecidos de
aproveitamento de energia solar e, também, os mais acessíveis
ao público em geral. A longo prazo é uma solução muito
vantajosa, especialmente para famílias numerosas ou que
utilizem grandes quantidades de água quente. Para além disso,
todos os novos edifícios de habitação estão, actualmente,
obrigados a ter painéis solares para produção de água quente
sanitária.
A energia solar pode, também, ser aproveitada para a produção
de electricidade mediante a utilização de painéis fotovoltaicos.
A seguir existe um conjunto de equipamentos de apoio (baterias)
que serve para armazenar, transformar (inversores de
corrente) e distribuir a electricidade para os pontos de consumo.
No Alentejo, existe já uma central de painéis fotovoltaicos em
funcionamento e outra em construção, com mais de 60 MW
de potência, o que permite abastecer o equivalente a 40 mil
habitações. Trata-se de um avanço significativo no uso deste
tipo de energia.



ENERGIA EÓLICA

Há centenas de anos que a humanidade utiliza a energia do
vento. Pequenos moinhos têm servido para tarefas tão diversas
como moer cereais, serrar madeiras, bombear água e, mais
recentemente, accionar turbinas para produzir electricidade.
Esta aplicação tem sido o motor da indústria eólica, que só
atingiu a maturidade nos últimos 15 anos.
Nas zonas em que a velocidade do vento é frequentemente
igual ou superior a 5 m/s (18 km/h), pode ser vantajoso
instalar um parque eólico.
Apesar de não ser um dos países mais ventosos da Europa,
Portugal tem condições bem mais favoráveis ao aproveitamento
da energia eólica do que, por exemplo, algumas zonas da
Alemanha, onde os projectos se implementam a um ritmo
muito maior. E Portugal tem vindo efectivamente a aumentar
a potência instalada de energia eólica.



ENERGIA HÍDRICA

O aproveitamento dos cursos de água, para a produção
de energia eléctrica, é o maior caso de sucesso de utilização de
energias renováveis em Portugal. A energia hídrica representa
um excelente exemplo, ainda que insuficiente, do controlo da
emissão de gases poluentes.
No século XX, a produção de hidroelectricidade foi principalmente
efectuada através da construção de barragens de grande
ou média capacidade, de modo a reter a maior quantidade
de água possível e criar um desnível acentuado, potenciando
o efeito do curso de água.
O princípio de funcionamento das centrais hidroeléctricas
consiste na conversão de energia mecânica, presente num
curso de água, em energia eléctrica que pode ser transportada
a grandes distâncias e finalmente utilizada nas habitações.
No fundo da barragem existem entradas para a água que, por
tubagens, a conduzem às turbinas. A pressão criada pelo
desnível da barragem e pelas características das tubagens
provoca um movimento de rotação destas turbinas. Estas
encontram-se ligadas a geradores eléctricos que produzem
a electricidade. A quantidade de electricidade gerada por uma
turbina é variável, sendo que, quanto maior o caudal e altura da
queda de água, mais energia será gerada.
Para além da importância das barragens na produção de
electricidade, a água existente nelas tornou-se uma reserva
muito importante para as regas e para o consumo humano.



ENERGIA DOS OCEANOS

Em contraste com outras energias renováveis, o número de
concepções para a conversão da energia dos oceanos é muito
grande. Numa central deste tipo tira-se partido do movimento
oscilatório das ondas para mover as turbinas, que ligadas a um
gerador eléctrico produzem electricidade. As zonas costeiras
portuguesas (em especial a costa ocidental do continente e as
ilhas dos Açores) têm condições naturais muito favoráveis para
o aproveitamento da energia das ondas. Actualmente, as
tecnologias de conversão desta energia estão ainda em fase
de desenvolvimento não permitindo aproveitar todo este
potencial.



ENERGIA DAS MARÉS

O movimento constante das marés também pode ser utilizado
para produzir energia. Apesar de se tratar de uma fonte
de energia permanente e vasta, a sua conversão em energia
eléctrica não é fácil. Um dos inconvenientes do aproveitamento
das marés é o facto de ocuparem uma área superior às de
aproveitamento das ondas, o que tem implicações ambientais.



ENERGIA GEOTÉRMICA

A energia geotérmica consiste no aproveitamento da energia
térmica proveniente do interior da Terra que pode ser utilizada
para produzir electricidade ou para o aquecimento de edifícios
(ambiente e águas sanitárias), estufas e instalações industriais.
Os vulcões e as fontes termais são manifestações conhecidas
desta fonte de energia.
Numa central de energia geotérmica, tira-se partido do calor
existente nas camadas mais interiores da Terra, para produzir
o vapor que vai accionar as turbinas. São construídos canais, de
profundidade suficiente, para que se consiga tirar partido do
aumento de temperatura, injectando-se água posteriormente.
As principais vantagens desta fonte de energia são a ausência
de poluição e a reduzida ocupação de espaço pelas centrais.
Em Portugal existe a central geotérmica da Ribeira Grande,
no arquipélago dos Açores, que produz energia eléctrica com
potencial para garantir o fornecimento de 50 a 60% das
necessidades de electricidade da ilha de São Miguel.



BIOMASSA

Esta é uma designação genérica que engloba o aproveitamento
energético da matéria orgânica, ou seja, dos resíduos
provenientes da limpeza das florestas, da agricultura e dos
combustíveis resultantes da sua transformação. A energia pode
ser obtida através da combustão directa dos materiais ou de
uma transformação química ou biológica.
Ao nível da utilização doméstica, os exemplos mais correntes
são as lareiras e as salamandras. No que diz respeito às
emissões de dióxido de carbono não existe, de facto, um
acréscimo, já que o mesmo tinha sido inicialmente absorvido
durante o crescimento da árvore. É esta a grande vantagem da
utilização da biomassa.
O biogás, outro produto da biomassa, é produzido através da
digestão anaeróbica dos resíduos orgânicos, ou seja, pela
utilização de bactérias capazes de decompor os resíduos sem
ser necessária a presença de oxigénio. Este combustível
é produzido em vários aterros sanitários e pode ser queimado
em pequenas instalações, para produção de electricidade.
Através da transformação de certos óleos vegetais, como o de
girassol, colza, milho, palma ou amendoim obtém-se um
biodiesel que pode ser misturado com o gasóleo e alimentar
motores deste tipo.